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Todos os minerais orgânicos são iguais?

Todos os minerais orgânicos são iguais?

Reconhecidos globalmente como mais biodisponíveis que os inorgânicos (óxidos, sulfatos), os minerais orgânicos podem ser encontrados em grande variedade no mercado. Apesar de todos serem denominados da mesma maneira, existem diferenças entre eles, tais como: os ligantes e os processos de produção. Essas características tornam cada tipo de mineral orgânico peculiar, com reações altamente específicas e que podem ser decisivas na hora de garantir maior desempenho à produção animal.

O tipo de ligação que ocorre entre o metal (mineral) com outra molécula, no processo químico comumente denominado “quelatação” ou “complexação”, por exemplo, tem gerado dúvidas constantes na indústria. A variedade de termos utilizados como, por exemplo, quelatos de aminoácidos com metais, ou então, complexos entre metais e aminoácidos, ou ainda complexos de polissacarídeos com metais e proteinatos, são pouco esclarecedores e podem gerar dúvidas no processo de escolha. Essas terminologias podem fazer com que a decisão de compra do produtor seja feita apenas com base nos preços dos produtos, sem levar em conta o melhor custo-benefício, que é resultado de uma dieta com minerais orgânicos de qualidade e que sejam realmente bem aproveitados pelos animais.

Desse modo, resta a pergunta: será que existe um tipo de mineral orgânico que pode trazer mais eficácia e rentabilidade para a produção animal?

Segundo a “Association of American Feed Control Officials” (AAFCO, 2009) os minerais orgânicos são definidos da seguinte forma:

  • Complexo metal-aminoácido: é o produto resultante da reação de um sal metálico solúvel com aminoácidos.
  • Complexo metal-aminoácido específico: é o produto resultante da reação de um sal metálico solúvel com um aminoácido específico.
  • Quelato metal-aminoácido: um produto resultante da reação de um sal metálico solúvel com aminoácidos na proporção molar, isto é, um mol do metal para um a três moles (preferencialmente dois) de aminoácidos na forma de ligação covalente coordenada. O peso molecular médio dos aminoácidos hidrolisados pode ser, aproximadamente, de 150 dáltons e o peso molecular resultante do quelato não deve exceder a 800 dáltons.
  • Complexo metal-polissacarídeo: é o produto resultante da complexação de um sal solúvel com polissacarídeo.
  • Metal proteinato: é um quelato de um sal solúvel com uma proteína parcialmente hidrolisada.

Ainda está confuso com a classificação de minerais orgânicos e a diferença entre cada classe? Vamos começar então a entender a diferença básica entre minerais orgânicos quelatados e complexados.

Minerais complexados e quelatados parecem ser similares em um primeiro momento. Para produzi-los, geralmente são utilizados os mesmos processos, mas com "ingredientes” ou quantidades diferentes. Um exemplo disso é quando usamos como ligantes um aminoácido ou vários. No primeiro caso, ocorre a formação de minerais complexados, já no segundo, quelatados. Ambos têm comportamentos diferente quanto a absorção do mineral no trato gastrointestinal do animal.

Os minerais complexados não possuem anel heterocíclico, e a molécula formada possui carga positiva. Por conta disso, os tipos complexados são menos estáveis em condições de baixos pH (meio ácido), como o ambiente gastrointestinal dos animais. Essa redução da estabilidade da molécula pode resultar em:

  • Aumento da reação ou competição com outros componentes da dieta no intestino. Ex: ácido fitico;
  • Redução na atividade de enzimas e vitaminas;
  • Menos minerais sendo entregues no sítio de absorção (trato gastrointestinal) ocasionando, consequentemente, redução da biodisponibilidade do mesmo;
  • Aumento na excreção dos minerais.

Já os minerais quelatados contam em sua estrutura com pelo menos um anel heterocíclico e a molécula possui carga neutra, tornando-os mais estáveis dentro do organismo do animal, trazendo alguns benefícios:

  • A estrutura protege o mineral das reações químicas indesejáveis no trato gastrointestinal;
  • Não compromete a atividade e absorção de outros componentes da dieta, como enzimas, vitaminas e minerais;
  • Passam facilmente através da parede intestinal para a corrente sanguínea;
  • Maior eficiência na absorção do mineral e menor excreção para o meio-ambiente.

Sabendo agora a diferença entre minerais orgânicos quelatados e complexados, vamos falar um pouco sobre o ligante: Existe diferença entre os minerais quelatados com aminoácidos e minerais quelatados com peptídeos?

Aminoácidos e peptídeos são ligantes orgânicos muito utilizados na ligação entre uma molécula com um mineral. Quando se ligam com peptídeos há a formação de proteinatos. Uma 'ótima' quelatação do metal com peptídeos permite que este mineral orgânico tenha estabilidade em condições de mudanças de pH.

Estabilidade – ponto essencial para a biodisponibilidade:

Como dito anteriormente, a estabilidade do mineral orgânico é definida pela conformação em que o metal foi mantido ligado a outro(s) grupo(s) (aminoácidos ou peptídeos) e isto define a característica de biodisponibilidade do mineral.

Minerais orgânicos com baixa estabilidade se assemelham a absorção de minerais inorgânicos.

Os proteinatos possuem uma maior estabilidade do que aqueles minerais quelatados com aminoácidos. Como tal, poderíamos antecipar que estes têm as propriedades físico-químicas necessárias para garantir a estabilidade sob condições de mudança de pH no trato gastrointestinal.

Uma faixa de pH de 3 a 8 reflete as alterações de pH durante as atividades da digestão no trato gastrointestinal. Minerais orgânicos na forma de proteinatos são mais estáveis nas alterações do pH.

Pensando em oferecer minerais orgânicos com alta estabilidade e disponibilidade, garantindo a absorção destes pelos animais, a Alltech desenvolveu uma solução única no mercado de suplementos minerais para a nutrição animal denominada Bioplex®.  Bioplex® são metais protegidos por uma mistura complexa com aminoácidos e proteinatos. Os minerais orgânicos da Alltech possuem elevada estabilidade no trato gastrointestinal, são facilmente absorvidos e metabolizados, otimizando o desempenho dos animais.


Autora: Dayane Rivaroli

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