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Desmame precoce reduz mortalidade e aumenta prenhez de vacas no Pantanal

Desmame precoce reduz mortalidade e aumenta prenhez de vacas no Pantanal

Protocolo idealizado por pesquisador pioneiro da bovinocultura brasileira, com pacote de aditivos nutricionais tecnológicos, transformou fazenda de cria em Mato Grosso

De tradicional família pecuarista, Antonio Borges Afonso Filho, o “Toninho”, já sofreu muitos prejuízos na fazenda de cria em Poconé, no Pantanal de Mato Grosso (MT). “A cheia dos rios entre janeiro e março alaga 80% da área e os resultados eram muito ruins: taxa de desmame de bezerros de 40 a 45%, alta mortalidade de vacas (4%) e bezerros (10%) e índice de prenhez de vacas entre 25 e 30%”, recorda. Mas o cenário se reverteu quando adotou o protocolo de desmame precoce idealizado pelo professor e pesquisador Antonio Carlos Silveira, também conhecido por Nenê, fundador da Silveira Consultoria e Gestão Pecuária. Este manejo, aliado a um pacote de aditivos nutricionais da Alltech, transformou a realidade da propriedade: a taxa de desmame chegou a 75%, a de prenhez saltou para 78% e a mortalidade caiu para quase zero.

“O grande gargalo da pecuária pantaneira é a enchente que acontece na região na época das chuvas”, aponta o mestre em Produção e Nutrição Animal Guilherme Silveira, filho do professor Antonio e diretor da Silveira Consultoria. “Forma-se uma camada de água no pasto inteiro. Como é uma criação extensiva, os animais adultos conseguem andar e comer a ponta do capim ou ir até as partes secas, mas os bezerros que ficam nos pés das vacas não conseguem andar atrás delas em busca de alimento”, explica o zootecnista e médico veterinário João Vitor Miralhe Pinto, gerente de vendas da Alltech na região.

A conta, muitas vezes, não fechava. “As fazendas mais rentáveis do alto têm que colher pelo menos de 70 a 75 a cada cem bezerros para sobreviver e ali não sobravam 30”, recorda Toninho. Com operações deficitárias, muitos extensionistas passaram a vender suas terras na região. “Em 2008, recém-chegado em Mato Grosso, meu pai viu a dor dos pecuaristas e pensou em algo para transformar o Pantanal, que é um celeiro, pois, respeitando a natureza, é possível uma alta produção de bezerros com baixo custo porque as matrizes se adaptam ao local”, conta o consultor.

Ganhos com protocolo

O protocolo do desmame precoce mudou a realidade da fazenda de Toninho. Ao adotar essa estratégia, as maiores beneficiadas foram as matrizes: “Ao tirar os bezerros do pé, a exigência da vaca automaticamente diminui porque não precisa mais direcionar energia para o leite, o que melhora o seu escore corporal e, consequentemente, faz com que ela tenha maior facilidade para emprenhar novamente”, destaca o gerente da Alltech.

Para isso, os bezerros são retirados das matrizes antes das cheias, com 90 a 120 dias de idade - o normal é 240 dias - e levados para o norte do estado, onde recebem ração com tecnologias da Alltech. O pack Advantage® Pasto permite a formulação de uma dieta com 100% de microminerais orgânicos, além de contar com aditivos pré e probióticos à base de leveduras e solução de amplo espectro de adsorção de micotoxinas. “Para o produtor, a principal vantagem é ter um pacote completo de tecnologias que cercam os animais por todos os lados: apoia a imunidade, blinda contra contaminações por micotoxinas e estimula a ruminação dos bezerros”, pontua João Vitor.

Essa estratégia de suplementação veio como ferramenta para alavancar o desempenho desses animais, compensando o menor tempo ao pé das vacas. “Com a inclusão do Advantage, o ganho médio diário de peso (GMD) do macho desmamado precocemente passou de 550 para 800 gramas”, revela Toninho, frisando que isso permitiu antecipar o abate desses animais para 2 anos e meio a 3 anos de idade - contra 3 a 4 anos anteriormente – e aumentar o peso final de 17 para 20 arrobas.

“O desmame precoce é uma evolução tecnológica que vem tomando grande proporção e rompendo barreiras. Já está sendo usado como estratégia para fazendas de primíparas, vacas de descarte e também para o alto pantanal, na época da entressafra”, resume Silveira. Atualmente com um rebanho de 7 mil animais, dos quais 2 mil bezerros, Toninho corrobora a avaliação do consultor: “Se a gente não tivesse feito o desmame precoce e a nutrição dos bezerros, o resultado seria o de uma fazenda do século passado. Antigamente, eu tinha prejuízo; hoje tenho uma fazenda que dá lucro”, conclui.

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